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Sistelo

A aldeia de Sistelo, vencedora nacional das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural, viu distinguida a sua originalidade e encanto em 2017. 

Situada às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, junto da nascente do rio Vez, é apelidada por muitos como o "pequeno Tibete português". São os socalcos que envolvem a aldeia que a apelidaram desta forma, moldados durante centenas de anos pela intervenção humana, são o ex-líbris da povoação e verdadeiros símbolos do convívio secular entre Homem e Natureza, criando uma paisagem de características e únicas.


Estes socalcos que retêm a terra, e conduzem as águas por um sistema de regadio criando verdadeiras “escadas” de acesso vertical. Os socalcos de Sistelo representam a forma inteligente e eco sustentada de obter provento agrícola e pecuário, permitiam, assim, que os aldeões conseguissem tirar os seus produtos desta terra bastante fértil, na forma de agricultura de subsistência, onde o cultivo do milho ocorre já desde o século XVI, sendo palco para criação das conhecidas raças autóctones de vacas Cachena e Barrosâ.


Mas o Sistelo é muito mais do que socalcos nas montanhas.


A aldeia merece visita e tem no seu castelo a sua principal atracção, a Casa do Castelo de Sistelo, é na verdade um pequeno palácio do Século XIX onde viveu o Visconde de Sistelo. 

Mas para explorar a região, o melhor é caminhar pelos famosos passadiços que conduzem à aldeia ou pelo trilho das Brandas do Sistelo.

A zona central da povoação guarda igualmente uma forte memória histórica, com um núcleo de espigueiros, uma fonte e casario típico. 


A excepcionalidade e elevado valor patrimonial de Sistelo conduziram a um processo de classificação “Paisagem Cultural”, na forma de Monumento Nacional/ Sitio de Interesse Nacional, a primeira do seu género em Portugal, abrangendo os lugares de Igreja, Padrão e Porta Cova.

Assim, em Dezembro de 2017, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o decreto que classifica como monumento nacional a paisagem cultural da Aldeia de Sistelo, justificado com o facto da Paisagem Cultural de Sistelo ser composta por um espaço natural de superior qualidade paisagística, ao qual se soma um notável património etnográfico e histórico cuja preservação e autenticidade é fundamental garantir.


Se procura um miradouro, então vá até Estrica e tenha uma das mais bonitas vistas panorâmicas da região. Vai encontrar, pelo caminho, com certeza muitos animais a pastar, e estes já estão habituados a "posar" para as fotografias.


Conheça ainda o lavadouro, a Ponte Oitocentista, alguns moinhos abandonados, abrigos naturais antigos, antigas casas de guardas-florestais. Faça um trilho, tem um passadiço perfeito para percorrer entre lagos de água e socalcos verdes, entre floresta densa e marcos históricos. Ao longo deste trilho pode ainda ver, a Ermida de Nossa Senhora dos Aflitos e as Capelas de Santo António, São João Evangelista, Senhora dos Remédios e Senhora do Carmo e subir ao miradouro do Chã da Armada, para admirar a vista panorâmica.


Se passar pela aldeia de Tabarca e a casa do guarda-florestal da sobreira, vai cruzar o rio, e no final do passadiço encontra o parque de merendas de Sistelo. 


Este passadiço de Sistelo, com cerca de dez quilómetros, é integrado na Ecovia do Vez. A Ecovia, é uma das mais populares a norte do país, e com quase 40 quilómetros, oferece três percursos entre o Rio Lima, na aldeia de Jolda S. Paio, até à aldeia de Sistelo.


Pode fazer o percurso do passadiço, da Ponte de Vilela até à aldeia de Sistelo, ou o inverso. Num total de 10.266 metros para cada lado, ao longo de trilhos pelas margens do rio, o percurso dura entre três a quatro horas e é considerado um trajecto de dificuldade média, com algumas subidas e descidas acentuadas. Existem três paragens que permitem banhos nas lagoas do rio Vez.


O concelho de Arco de Valdevez e a Ecovia do Vez, onde se insere o passadiço de Sistelo, fazem parte da Reserva Mundial da Biosfera. Estas reservas são definidas pela UNESCO como laboratórios vivos da conservação de paisagens, ecossistemas e espécies e plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização. O Rio Vez e o Rio Lima também estão integrados na lista de Sítios de Importância Comunitária da Rede Natura 2000, pela importância e raridade da sua fauna e flora.


Actualmente, tal como em tantas outras aldeias, este "pequeno Tibete português" sofre com a desertificação, embora mantenha todo o seu viver tradicional.