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Soajo

D. Manuel outorgou-lhe Foral e privilégios de Vila em 1514, e foi concelho, abrangendo as freguesias de Ermelo e Gavieira, mas foi integrado no de Arcos de Valdevez em consequência das reformas liberais do século XIX. 

Na Idade Média os Monteiros do Soajo tinham privilégios de independência e guarda nesta área de grande importância para a coroa portuguesa. Séculos de vivências criaram uma identidade única sendo uma das mais conhecidas povoações portuguesas, integrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês. 


Além do património, beleza paisagística e tradições esta aldeia, que deve o seu nome à Serra do Soajo, de ruas e ruelas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas antigas de granito, tem uma praça central, o Largo do Eiró, e, o seu típico pelourinho. Nas redondezas podemos visitar o Poço Negro, para um banho refrescante nos dias quentes de Verão.

As eiras comunitárias no Minho são um traço da vivência comunal local. 

E o Soajo, claro que também tem esta característica. Mas os espigueiros também são uma característica do Soajo, O Eido do Penedo acolhe estas construções de pedra granítica, em que o mais antigo está datado de 1782, e os restantes ao longo dos séculos XVIII e XIX, sempre coroados com uma cruz no alto. As “rodas” na base, em forma de cogumelo, serviam para evitar que os roedores estragassem o sustento das famílias, para muitas delas, o único meio de sobrevivência.


Esta aldeia integra vários lugares como: Bairros, Carreiras, Costa Velha, Cruzeiros, Eiró, Fraga da Mó, Lage, Raposeiras, Rio Bom, Teso, Torre e Concieiro, existem ainda os lugares de Adrão, Campo Grande, Cunhas, Paradela, Vilar Suente e Vilarinho das Quartas que ficam mais nos arredores. 


Pelourinho do Soajo


Este pelourinho, do século XVI é único no seu género, é monumento Nacional desde 1910, este pelourinho é um simples sustentáculo ao alto, colmatado com uma face antropomórfica e um triângulo no topo, a lembrar um chapéu de três bicos. Por norma esta não era a configuração destes monumentos, que deveriam ter elementos religiosos e ferros cruzados para as condenações, exemplo de condenação máxima era morte por enforcamento. 

 A data da sua edificação é incerta, embora o foral dado à vila por D. Manuel em 1514 dê uma ideia da sua construção, iniciando a sua funcionalidade de marco jurisdicional.

O Soajo já foi vila e sede de concelho vivendo em regime comunitário. Era dona de si mesma, com leis próprias, elegia o seu juiz dentre os seus homens. Foi na Serra do Soajo que as primeiras Montarias Reais foram implementadas no Gerês. Uma vez que a caça era uma atividade dominante e os “monteiros”, excelentes caçadores, fiéis guardiões do couto que garantiam a segurança das gentes locais. 

A arquitetura rural e popular que caracteriza esta aldeia, é a que predomina em todo o Gerês onde ainda resistem variados cruzeiros, as brandas e inverneiras – sistema de transumância – e fojos dos lobos.


Igreja matriz de São Martinho de Soajo


São Martinho é o padroeiro na paróquia tem a Igreja Matriz de São Martinho de Soajo, como não podia deixar de ser, a 11 de Novembro a devoção ao padroeiro é motivo de celebração – para além da religiosa, as rusgas também fazem parte da festa.

Em agosto, antes da Assunção de Nossa Senhora também é razão de celebração, são as festas religiosas que motivam as grandes festas das aldeias e dos lugares que lhe pertencem. 


Porta e Baloiço do Mezio


A pouco mais de 10 minutos de carro do Soajo, fica a Porta do Mezio uma das 5 portas de entrada no Parque Nacional Peneda-Gerês. Nesta região pode encontrar o trilho dos Romeiros da Peneda,(PR2N), e na Porta do Mezio podem-lhe dar toda a informação e indicações.

Tire umas fotos no Baloiço do Mezio, estando numa localização privilegiada da Serra do Soajo, no Alto do Mezio, o maior baloiço de Portugal proporciona vistas panorâmica sobre toda a área circundante. 

Algo a não perder também é o Núcleo Megalítico do Mezio constituído por uma dezena de monumentos megalíticos. Agraciado pela Anta do Mezio, um túmulo pré-histórico com cerca de 5000 anos. Mas encontram-se mais exemplos na região, as Antas da Serra do Soajo e perto fica a Estação Arqueológica do Gião que reúne um conjunto de notável de arte rupestre. 


Poço Negro


A pouco menos dum quilómetro dos espigueiros, encontrará o Poço Negro. Após uma descida íngreme por uma escadaria segura, ao fundo, junto ao rio, está um poço que convida a banhos e mergulhos.

Chamam-lhe o Poço Negro por causa da profundidade e por ficar meio escondido. Espaços para toalha são raros e encontrar lugar por entre os penedos de granito não é tarefa fácil, mas não deixa de ser um espaço muito agradável.


Cascata do Poço Bento e Cascata do Poço das Canejas


Este lugar, “onde o rio Adrão poliu o granito até à exaustão”, resulta num conjunto de lagoas e quedas de água, na Cascata do Poço Bento e Poço das Canejas. O acesso a cerca de 750 metros (1,5km ida e volta) é feito por um trilho que, não estando marcado tem uma demarcação que se distingue facilmente na natureza


Lagoas de Travanca


Estas lagoas e cascatas que o rio Ázere forma ao longo do seu curso. São de uma beleza paisagística especial. As mais mediáticas são as Lagoas de Travanca, uma série de pequenas lagoas e quedas de água, com um acesso facilitado por passadiços de madeira e corrimão de corda para ajudar na descida. 


Saber ao Borralho 


O borralho foi central na vida das gentes desta região. No Soajo era à volta da lareira que velhos passavam o “saber ao borralho” aos novos, que se contavam as coscuvilhices da aldeia, que se davam as novidades dos entes queridos emigrados, e resolviam os problemas da casa e da família. As partilhas eram resolvidas ao borralho e os chefes de família faziam os “casamentos de borralho”.


Gastronomia e Artesanato do Soajo


Como região minhota, os produtos de fumeiro, os enchidos e presuntos, e o queijo de cachena, (vaca de porte pequeno, mais ágil e resistente, típica das zonas montanhosas do Gerês), são destaque. Típico desta zona é a Posta de Cachena normalmente acompanhada dum Feijão Tarrestre, a Laranja de Ermelo é também famosa pelas suas características distintas e o Mel e as Compotas satisfazem os doceiros.

No artesanato os trabalhos em madeira encantam, os bordados e bainhas abertas, a tecelagem do linho e da lã, e a confecção de trajes regionais enchem o olho de todo o turista.